Li uma vez uma frase que dizia que “A felicidade está onde o coração encontra repouso”. Mas, vem a pergunta: Será mesmo assim?
Apesar de sentir que a felicidade habita eventualmente o meu ser, não sei precisar sem margem de erros a sua exata localização geográfica. Certas vezes ela parece se encontrar tão perto, e em outras tão inatingível que bate certo desânimo. Há momentos que chega a parecer que a felicidade é meio que onipresente por conseguir estar em vários lugares ao mesmo tempo. Só que também há ocasiões em que eu duvide da sua existência diante da dificuldade em dizer onde ela está.
Geralmente eu vejo a felicidade como complicada tal como um bicho de sete cabeças. Não consigo compreender as suas razões para existir, e tão pouco encontro teorizações lógicas capazes de trazê-la para a realidade. Diante da frase que citei acima, também pensei na possibilidade de que o problema seja eu procurá-la em movimento, quando na verdade ela sempre se encontra parada, no mais calmo repouso. Se for assim, até faz certo sentido. No fim das tantas, não é difícil de imaginar a felicidade como uma quietude pacífica…
Porém, alguma coisa insiste em me incomodar quando penso na felicidade de forma tão calma e serena. Sempre a vi misturada em um turbilhão de emoções, de sentimentos e contradições. Nunca pensei nela como um calmo entendimento, ou uma madura aceitação da realidade. Tudo isso me parece falso demais, pequeno demais.
Para mim a felicidade não vem da quietude, ela surge de uma confusão de emoções. Para mim, ela não fica em repouso. Ao contrário, permanece em constante transe caminhando, correndo em busca das suas realizações. E, para mim, a felicidade não tem nada de serena, ela parece mais comigo… Uma confusão, uma inconstância, um imenso ponto de interrogação que vive essencialmente para a busca sabe-se lá onde de sabe-se lá do quê… Para mim, a felicidade é meio maluca e nada convencional.