quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Eu queria ter e ser.

Eu queria ter uma vida menos confusa. 

Eu queria acordar vendo uma cachoeira, todo dia. 

Eu queria poder tomar banho nela quando quisesse. 

Eu queria poder parar de procurar o amor. 

Eu queria poder dormir abraçadinha com alguém. 

Eu queria poder morar dentro daquela musica do John Lennon. 

Eu queria poder abrir a janela e olhar grandes montanhas forradas de verde. 

Eu queria poder dizer que sou feliz. 

Eu queria poder dar aula numa escolinha no interior, pra um monte de criança inocente. 

Eu queria ter tipo uma mensagem que fizesse as pessoas desistirem de carrões, de grandes sonhos de consumo. 

Eu queria ter tipo o poder de convencer que as pequenas coisas são as mais gostosas. 

Eu queria ser tipo mais compreensiva. 

Eu queria ser tipo mais amiga. 

Eu queria ser tipo uma moradora de uma casinha dentro de um cenário qualquer. 

Eu queria acordar só mais um dia vendo meu pai e minha mãe juntos. 


Eu queria poder trocar o que conquistei por um único olhar daquela menina. 


Eu queria que minhas poesias a conquistassem. 

Eu queria que pessoas como o Renato e o Cazuza tivessem tido o que tanto cantavam, o amor. 

Eu queria ter conhecido o Renato, o João Antônio, o Raul Seixas e o Chico Science. 

Eu queria estar escrevendo o que eu queria ter um dia. 

Eu queria ter nascido num cenário do Star Wars. 

Eu queria ter conhecido a Emilia e o Visconde. 
Eu queria ter tipo um máquina do tempo, para poupar tanto sofrimento. 

Eu queria ter uma cabana, com gelo no teto e arvores em volta. 

Eu queria nem saber o que é dinheiro. 

Eu queria ser tipo uma mulher conquistadora. 

Eu queria ter a certeza que conquistadoras são felizes. 

Eu queria saber cantar. 

Eu queria acordar com um grande café da manhã na minha cama. 


Eu queria registrar aquele sorriso naquele dia para sempre. 

Eu queria poder saber o que será do meu povo amanhã. 

Eu queria poder saber porque ela não conseguiu ficar ao meu lado. 

Eu queria saber a fórmula de um grande sucesso. 

Eu queria saber porque a fórmula do fracasso é agradar todo mundo. 

Eu queria saber dizer mais coisas agradáveis. 

Eu queria um dia poder voar como um pássaro. 


Eu queria ser tipo uma frota contra o mal. 

Eu queria saber o que é o mal. 

Eu queria ser tipo uma mulher em que as idéias valessem algo. 

Eu queria ser tipo uma mulher que deixou algo pra alguém. 

Eu queria poder entender como os engravatados podem comer numa mesa onde o almoço é mais caro que o salário da maioria dos brasileiros e mesmo assim dormem tranquilos. 


Eu queria ser tipo um cara ingênuo, a ponto de acreditar em Papai Noel, duendes e na polícia. 

Eu queria ser tipo uma pessoa sem insônia, sem bronquite, sem dores tão fortes na alma. 
Eu acho que ainda queria ser só alguém num mundo legal. 

Eu acho que ainda queria ser aquela menina que não via as coisas como elas eram. 

Eu acho que ainda queria ser aquela chata que sempre levantava a mão primeiro na hora das perguntas. 

Eu acho que ainda queria ser mais uma da turma. 

Eu acho que ainda queria ter a esperança boba de achar que poderia fazer a diferença nessa bagunça de mundo. 


Eu acho que vou dormir. 

Eu também acho que amanhã bem cedo vou procurar realizar pelo menos algo disso tudo, e você o que acha? 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Apaixonei-me

E hoje me deparei viajando no horizonte do seu olhar, que brilham como às estrelas, e pousei na doçura do teu sorriso, ali fixei-me nos pensamentos.
           Vou contar um pouco do que me fez se apaixonar por você....


Desde a primeira vez que te vi, encontrei-me diante do meu reverso, de tudo aquilo que conscientemente eu não buscava. Mas você me abriu para uma nova essência de mim.
Fui apresentada ao seu poder de sedução, mas não imaginava que ele seria tão eficiente. Pensei em recuar, mas mesmo não sabendo brincar nunca peço pra sair. Abandonar essa brincadeira por quê? Se depois de você nenhum dia foi igual ao outro e eu nunca mais fui igual a mim mesma.
Meu chão tremeu, meu coração disparou, minha pele aflorou e bastou o primeiro encontro para eu me olhar no espelho e rir com a mais deliciosa expressão despudoradamente feminina.
O que sinto por você é irracional e intenso. Um sentimento que invade a muitos. A paixão nos torna eufóricos, nos faz sorrir, mas também faz chorar. Tentamos compreender em voz alta, nos consultórios dos analistas, nas mesas de bar esse sentimento que vem junto para a solidão da nossa cama, onde transborda sem controle.
A saudade é uma presença. E como diria o poeta: é “tua ausência fazendo silêncio em todo lugar”.
Busco a vitória da paciência sobre a ansiedade. Mas sei que o amor aguarda o momento oportuno.
Talvez você não se lembre de nada disto, e talvez se lembre de coisas que eu já esqueci.
Não importa, o fato é que as razões pelas quais eu me apaixonei por você são inúmeras. Mas se eu listá-las talvez você ou outro alguém diga que eu estou exagerando.
Mas você é assim, corpo e alma, condizentes entre si.
Que você é a mulher mais linda isto é plenamente visível. Mas minha paixão olha muito além da tua beleza.
Teus gestos são meigos, tuas palavras são doces, teu olhar é profundo, tua inteligência é abrangente, tua garra é louvável, tua história é fascinante.
Você é surpreendente.
Apaixonei-me pela tua conversa. Ela me faz pensar.
Apaixonei-me pelo teu senso de humor. Ele me faz sorrir.
Apaixonei-me pela tua integridade. Ela me faz admirar.
Apaixonei-me pela tua força. Ela me faz acreditar.
Apaixonei-me pelo teu esforço. Ele me faz lutar.
Apaixonei-me pela tua essência. Ela me fez amar.
Apaixonei-me pela tua alma e ponto!
A lista é imensa e todos os dias eu tenho novas razões.
Mas talvez, a maior de todas as razões não esteja em você, esteja em mim, naquilo que você provoca em mim. Se estou apaixonada, estou viva e se vivo aprendo, se aprendo me torno melhor e melhorando vou me tornando mais completa.
Você NÃO é minha metade, mas me apaixonar por você me fez novamente INTEIRA.

Agora é hora de mudar

Cá estou eu, com minhas meras palavras, pouco sábias e sem sentindo. Finalmente o "esperado" 2013 veio à chegar, com ele novas lágrimas, sorrisos, esperanças, expectativas e objetivos, esse ano me propus a mudar, mas mudar de corpo e alma, impor propósitos, limites e barreiras, não estou "falando por falar", apenas cansei do mesmo e de se contentar com o "pouco" quero mais, mais amor, mais felicidade, mais solidariedade, seguir mais meus sonhos, ir adiante com tudo que sempre planejei e não aconteceu, apenas quero esquecer ás lágrimas o passado triste e aguardar na memória tudo de bom que aconteceu, todas às pessoas que entraram na minha vida, esse ano eu quero só alegria com uma pitada de loucura, sei que já é meio tarde, porém bem vindo meu caro 2013.

Para quem quer aprender a gostar


Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor.
Ou fazer seu amor ser ou ficar bonito.
Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.
Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e
tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam;
deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões.
Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça,
equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento
de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo; em geral
enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?

De que está tirando do gesta, da ação, da reação,do olhar, da saudade, da alegria do encontro,
da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera
do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse
pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.
Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando;
não se cansar de olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações;
adiar sempre, se possível com beijos,“aquela conversa importante que precisamos ter”; arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.
Quem ama bonito, não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança
de nariz encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos): não teorize sobre o amor; ame.
Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme.
Como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração;
contar a verdade d o tamanho do amor que sente. Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes,
espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge da sua emoção
e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.

Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do natal infantil.
Revivendo os carinhos que intui em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor,
ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho.
Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar
do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz. 

 Autor: Artur da Távola